Dual
Conforme tinha comentado, joguei Dual Transform, terceiro lugar na CGDC7. Não exatamente o melhor interactive fiction de zarf, mas mesmo em seus piores dias, é melhor que a maioria. 🙂
Como a maioria de suas obras no gênero, alia engenhosidade técnica e prosa poética e sucinta, narrando a trama a partir do estado de espírito do protagonista. Dessa vez, ambas a serviço de um jogo feito com um público mais casual em mente. O que quer dizer: os desafios são razoavelmente simples e a mecânica da coisa flui de forma bastante natural e intuitiva. É possível completar em cerca de meia hora.
Comentários do narrador deixam em evidência expectativas do protagonista, agindo como dicas para o jogador. Não há praticamente instâncias do famigerado guess-the-verb: há respostas para praticamente todas as ações sensatas em que um jogador pode pensar. Por essas e pelo fato de ter sido criado para um público mais casual, achei um excelente jogo para iniciantes, o que não quer dizer enfadonho ou sem desafios, apenas que pega mais leve.
Sobre os desafios, o tema do jogo é metasemântica e o protagonista parece ser um engenheiro em um mundo de realidade aumentada. Os desafios consistem em achar combinações de itens em cenários virtuais que mudam e se reconfiguram. Atenção às descrições é fundamental.
Na verdade, eu interpretei a coisa toda como sendo uma auto paródia sobre os esforços do próprio Andrew Plotkin em completar seu interactive fiction em tempo para a competição. Ele brinca um bocado com auto-referências à própria mídia em seus IF, aqui identificada como metasemântica.
experimente online: Dual Transform
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